SINGULARIDADE

Aproveitava o tempo para jogar cartas no computador.

Reis, rainhas e valetes passavam na tela e na mente.

Sonhava com tempos não vividos...

Nunca ganhava o suficiente para sentir-se coringa.

Vermelho, preto, vermelho outra vez.

Foi esquecendo o nome das pessoas.

Chamava de nove, o porteiro do prédio.

O filho era o príncipe solícito.

Reis, foram-se tantas vezes que já nem lembrava.

Foi feliz até a última carta...

Recife, fevereiro de 2014.

Fátima Souza
Enviado por Fátima Souza em 15/02/2014
Reeditado em 24/07/2014
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