SINGULARIDADE
Aproveitava o tempo para jogar cartas no computador.
Reis, rainhas e valetes passavam na tela e na mente.
Sonhava com tempos não vividos...
Nunca ganhava o suficiente para sentir-se coringa.
Vermelho, preto, vermelho outra vez.
Foi esquecendo o nome das pessoas.
Chamava de nove, o porteiro do prédio.
O filho era o príncipe solícito.
Reis, foram-se tantas vezes que já nem lembrava.
Foi feliz até a última carta...
Recife, fevereiro de 2014.