O Espelho e o Perfil
Estão sempre se olhando...
E sempre nas horas de angústia, conversam.
Ah, o Espelho!
Tão inerte, tão silencioso...
Nas horas de euforia,
Trocam experiências entre os reflexos
E a realidade inegável.
Longe dos olhares alheios
Estão em sintonia e comunicação.
O Perfil frustrado
Revela seus dissabores,
Enquanto o Espelho reflete a tudo
E a nada responde.
Não diz que sim,
Não diz que não...
De repente, o Espelho ofegante,
Suspira e mostra o mais oculto
E profundo do Perfil.
Sua presença
Causa sentimento avassalador,
Embalados no solfejo de um Tsunami.
O silêncio se estende
No seu ponto culminante,
Com um soluço depressivo.
O desejo então se mistura
Com a esperança morta
Por uma aurora revolucionária;
Diferente dos caminhos
Cálidos e constrangidos.