O Fim do Silêncio
O Fim do Silêncio
Um silêncio dentro de mim – a destruição.
O medo que silencia o meu frágil coração.
A cruz pesada que dorme em minha cama,
Acorda comigo para outro dia da jornada.
Não lembro de ter visto flores no deserto,
Mas vi os pássaros voarem para o infinito.
E nem mesmo lembro como cheguei aqui,
Eu sei que as nuvens nunca mais voltarão.
Sou sedento daquilo que não existe mais,
As visões da escuridão que habita em mim.
Mas o vazio mata sua fome dentro de mim,
Enquanto eu permaneço o mesmo faminto.
As minhas palavras são ouvidas no inverso,
E busco vestígios do coração no meu peito.
Só meus anseios ainda insistem em pulsar,
Talvez seja a hora de quebrar meu silêncio.
Desfruto o silêncio que ainda possa restar,
E quem sabe encontro à paz aqui dentro?
Paz que não encontrei no que já existe...
A paz que usufruo apenas no meu silêncio.
Victor Cartier