sargaços flutuantes
 desenbocam
mar a dentro
mar a fora
jogando fios
teias e sanhas
marulhando ondejante
quebrando silêncios
nas curvas marinhas.

E, um cheiro vem e vai
 frescor e maresia:
é meio-dia!
 asas abertas
flamejantes - rasgam tudo:
águas, imensidão... 
tessituras e prenúncios,
implosão arquejante - sacode
 areia, terra e céus...
 molhando, talhando tudo.

E, os sargaços macentos invadem
vertem e jogam aos ventos...
algas, conchas, siris,
carangueijos e infininto.

Todos dormem e morrem
como eu,
à beira-mar
mar a dentro
mar a fora
na praia dos sobejos
vuneravelmente...

mas, além do horizonte
 uma jangada segue...
mar a dentro
mar a fora
nos braços do mar
na dança da hora
 na rede do dia
a fisgar poemas:

Sais, flores, e espinhos
para o poeta navegador
ao singrar solitário,
onde o vento ventou
curvou curvou
 ventou ventou
e a poesia imersa,
extremada - capturou!


 
Elzana Mattos
Enviado por Elzana Mattos em 07/02/2014
Código do texto: T4682059
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