A boca das palavras

Nem palavras, nem versos, nem rimas

porque habito as ruas do mundo,

refúgio de minhas esquinas,

sopé de vontades.

Dormem culpadas de tudo

como se fossem vermes escondidos

dentro do que amei

e do que deixei de amar.

Se quiseres sentir o meu perfume,

ronda-me profundo entre elas

quando a noite já te for escura

e o dia madrugador e sério,

antes que por desamor

eu me acorde de tudo...

e nada escreva

ou nada fale.