A Dor de Uma Alma Solitária

Eu estava sozinho.

Nenhum som, nenhuma palavra.

E em certo instante tocava

a serenata e a valsa do amor.

Uma falsa inclinação do sono

no meio do apogeu soava.

Certo desencanto travara

sonhos que foram além do alcance.

Ela me olhava, mas quem mirava

não era eu.

Sozinho eu fui para uma dimensão

diferente da realidade do amor.

E senti a tua ausência na solidão.

Aquele que ela havia conhecido

morreu após o dia que a beijou.

Ele a amou mais que tudo.

Mas de certa forma ele sabia

que só a possuiria naquela

exatidão de sutis segundos.

Isso o marcaria na eternidade.

A longa espera em seu suplicio.

Memorizou a paixão e seus indícios.

Como uma pedra que é moldada

em bilhões de anos pelas águas.

Lentamente afeiçoada em silêncio

por esse amor que um dia guardara.

Em algum paraíso ele a esperava.

A chuva fina trazida pelo vento.

A dor de uma alma solitária.

Totalmente pedida no momento

de emoções que jamais imaginara

sentir por alguém que um dia o amara.

Renato Rodrigues
Enviado por Renato Rodrigues em 02/02/2014
Código do texto: T4674601
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