A Dor de Uma Alma Solitária
Eu estava sozinho.
Nenhum som, nenhuma palavra.
E em certo instante tocava
a serenata e a valsa do amor.
Uma falsa inclinação do sono
no meio do apogeu soava.
Certo desencanto travara
sonhos que foram além do alcance.
Ela me olhava, mas quem mirava
não era eu.
Sozinho eu fui para uma dimensão
diferente da realidade do amor.
E senti a tua ausência na solidão.
Aquele que ela havia conhecido
morreu após o dia que a beijou.
Ele a amou mais que tudo.
Mas de certa forma ele sabia
que só a possuiria naquela
exatidão de sutis segundos.
Isso o marcaria na eternidade.
A longa espera em seu suplicio.
Memorizou a paixão e seus indícios.
Como uma pedra que é moldada
em bilhões de anos pelas águas.
Lentamente afeiçoada em silêncio
por esse amor que um dia guardara.
Em algum paraíso ele a esperava.
A chuva fina trazida pelo vento.
A dor de uma alma solitária.
Totalmente pedida no momento
de emoções que jamais imaginara
sentir por alguém que um dia o amara.