Sobre o medo... raro...
Sinto-me oca
Sinto-me no oco
Do mundo meu.
Caio num vácuo
Num precipício de mim.
Mais um
Em queda livre.
A cabeça pesa
Os pensamentos tantos
E sinto-me tonta.
Com o amargo gosto
Na minha boca tua
Esta... do desenho teu.
Gosto na boca da solidão minha,
Tão só. Tão somente só
Do que ficará de mim no depois
No ponto final...
Quando a chuva cair
Sobre a tela tola onde pintei eu
O teu rosto, tão meu
Em teus tons todos
De azul.
E o medo... raro...
Ronda à minha volta
Novamente.
Karla Mello
23 de Janeiro de 2014