Gritos das águas.
Vêm da praia os gritos dissonantes,
Uma canção pela fresta da janela.
Entoada por estes ventos uivantes.
Na insônia vêm as lembranças dela.
Lá o mar revolto na noite traiçoeira.
Ali um pescador à Iemanjá balbucia,
A calmaria e lançar sua traineira,
Muito antes de o Sol iluminar o dia.
Vejo as aguas quebrando sobre pedras.
Como um lindo véu branco e brilhante,
Um barco solitário ancorado a bailar,
À sua volta pássaros em voos rasantes.
Um coqueiro na dança descompassada,
As folhas desesperadas num vai e vem.
Solitário vem a lembrança como rajada,
A incerteza de saber se ela ainda vem.
Toninho
10/01/2014
Apenas uma inspiração.