Versos da amiga Solidão
Mea culpa...
Mea absoluta culpa!
- Não meu caro poeta,
Na verdade és o instrumento
Desta fina folha sem pautas,
Aguardando que teu pranto desabroche
Em lamentos, em orações singulares,
Pois tu’alma canta, teu coração sente,
E as tuas mãos escrevem... Estros!
No alto da colina já é quase noite
Às luzes que se ascendem pelo chatô
Cobrem de raios toda a essência da diva
Dona dos versos, das pétalas, das cores doloridas
Enfatizando o céu em luar, a canção em amares!
- Ah, poeta entregue tuas lágrimas
A este papiro, abra teu abc em devaneios!
De aura tatuada o corpo
Vestido de amor inventa seu próprio balé,
Fazendo-se poesia descrita, declamada,
Condutora d’um arranjo floral, ais
Às estrelas levando ao âmago... Êxtase!
Pelo arvoredo o silêncio das aves,
O vai e vem das folhas em orvalho,
Em palavras audíveis somente pelo olhar
Vindo de dentro para fora, do lábio
O beijo em venturas paixão, ebulição!
- Aqui e assim me despeço em prece,
Em avessos dos ventos, das brisas do mar!
18/01/2014
Porto Alegre - RS