Coração ao mar
Meu coração se lança ao mar toda vez que vou à praia...
Ao longe ele vai buscar companhia sem falha.
Em mergulhos incessantes, nada firme sem parar,
buscando o horizonte, não querendo mais voltar.
A praia não lhe importa, nem sólidos terrenos...
No horizonte estão as portas para o que ele está querendo,
que é tudo que lhe importa: poesia o absorvendo.
Sou poeta e pescador de sentimentos versejados...
escrevo rindo da dor sem deixar a dor de lado...
Então, jogarei a minha rede até o infinito horizontal,
procurarei matar a sede de amor, afastar o mal
que me faz prisioneiro num cárcere descomunal:
ausência do amor companheiro incondicional...
aquele que me entende, me aceita como sou,
não critica, não ofende, não se importa pra onde vou...
apenas me tem e retribui sem querer nada em troca...
assim, em nós tudo flui... Oh, mas estou à matroca!
Bem, ainda não lancei a rede! Continuo com minha sede,
olhando à minha volta... muito azul, branco e verde...
Agora, minha rede vou jogando nas palavras que me ocorrem...
Com a pena e me deleitando, este poema me socorre...
E meu coração lançou-se ao mar, estando eu no chão da praia...
No horizonte foi se inspirar para que este poema saia...
São versos de riso e dor, livres, qual liberto ao vento,
buscando nas rimas o amor preso nos meus pensamentos.
Imagem extraída da internet – Google