Será que me falta ódio?
Eu me sinto tão perdido que é difícil expressar, eu não tenho formato para um texto, tonalidade para uma poesia, mas eu tenho dor, eu sinto dor, acredito que seja o bastante. Ártemis porque fizeste isso comigo? Quero dizer eu a amo, mas você me assusta tanto, porque é tão bom e o que é bom assusta, porque é o que bom acaba, e quando acaba...Nada.
Eu estou assustado, procuro evitar você, mas é tão inútil quando evitar amar, quanto a maré do mar evitar subir, não tem porque, não há razão, perdi a razão ao amar você. Estou sozinho e parece que não há nada que possa fazer. Dói mas não devia já que é amor, conforta mas deveria já que é amor, alucina, inebria, mas deveria... Mas eu continuo só, mesmo amando Ártemis, Ártemis parece não confiar, insiste em duvidar, duvidar, duvidar, como todos duvidam, como eu duvido, será que eu sou tão frágil e corrompido? Onde foi que o garoto vivo se quebrou?
Eu desejo ter uma vida, sair da escuridão, mas as vezes eu acho que escuridão é só o que eu tenho de verdade, é a unica coisa que jamais vai me abandonar, quando tudo cair ainda estarei no escuro. Não é drama é que as vezes o que reprograma uma mente é falar, coisa que não posso fazer com ninguém, as vezes eu acho que eu não tenho ninguém, tudo que tenho são minhas palavras, algumas dores, grandes dores, e um quarto escuro, que me mata nas madrugadas, tudo que sinto é saudade, tudo que sou está no passado, tudo que estou é nada. Solidão não é bem um castigo, é uma escolha quando sua unica é ser só, as vezes quando eu me vejo no meio da escuridão, mergulhado em trevas eu me pergunto: Qual o tamanho do meu ódio?