Serenata.

O Mi soa num tom mais forte enquanto

o Lá espalha os lamentos providos do que foi

o Ré sultado entre o amor de antes e o que

é Sol etrado agora. Respingos de uma vida que

o Si lencio denuncia, mas a ressonância da caixa

o Mi stura fazendo com que haja em mim gritos de nostalgia.

Velhas e queridas cordas, velho e querido pinho, que neste meu desatino me oferece não somente o corpo como o próprio braço por onde toco e retoco minhas dores, as de antes e as de agora, onde o meu coração é o maestro, mas é a minha alma que escreve na pauta os tantos sentimentos fazendo com que as minhas mãos ora possam tirar tanto o gosto pela vida como também vir a ser condenadas a balançar o triste lenço da despedida, e é nestes momentos que perco a voz e desafino, mas antes que isto aconteça me ponho diante da janela dos meus medos e faço uma última serenata pra ela.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 05/01/2014
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