ESPELHO

Este corpo

mistura de veias e lama

deitado sob o luar

na calma relva

uivam os intestinos

os olhos abrem-se

no formato de beijos

dos tigres famintos

tudo treme

nada é abrigo

o cheiro de sangue

no suor de teu medo

saliva em lágrimas

do bom apetite

decifro-me ao te devorar.