Quelônio
A lua cheia começa morrer à míngua,
Mas, morre atirando raios de prata;
Lambe a relva onde alcança sua língua,
Que não toca no profundo da mata...
Restrita ao possível consegue dar azo,
Com exemplo ao aprendizado de alguns;
Quais devaneiam profundo no mar raso,
Como se fossem iguais, sardinhas e atuns...
Após minguar a lua sempre se renova,
E cresce lentamente até a plenitude;
Diverso de nós que depois de uma sova,
Voltamos pra casca, quelônia atitude...
Cá estou no conforto dessa carapaça,
Temendo desdita a voraz predadora;
Que serve veneno em cristalina taça,
Pra ver se a espera é raça morredoura...
Renegar esperança é cortar um dedo,
Confesso que alguns tenho cortado,
Se inda espero até de mim é segredo,
Meu direito à escolha segue lacrado...