OS MESMOS
já não somos os mesmos!
já perdemos desejo
devoraram os sonhos
e tambem os suspiros
são doces pesadelos
quando acordamos de noite
confrontar nossos erros
meu melhor ditador,
meu maior professor...
e tambem o padeiro,
já não sou o cordeiro!
se tornou lobo imundo,
invadi seu terreiro
devorei seu rebanho
caído em tentação
céu nublado. carregado, nevoeiro...
com sua ostentação.
correndo corisco alado
de noite sereno molhado
pipoco do trovão
cai no chão labareda
ouço o som da trombeta
vinda do teu olheirão
onde se dobra a tromba d'agua
entristecida feito a lagrima
que chora o meu coração
petrificado em poeira
rochedo sem britadeira
se quebra em solidão.