Voltando

Precisaria beber litros

Dos venenos de outrora

Que já não posso nem ver

Pra escrever algo novo

Com perfeição

Porque minha arte anda tão cansada

que cansou de ser

 

Eu sei a regra desta vida

Cada regimento desta orquestra

Conheço intimamente o seu papel

De fugir de encontrar um escuro

Onde possa enfim ficar sobre o muro

Porque falar de mim

Se você conhece cada segredo

Esqueçamos então bem assim

Esse ser carregado de medo  

Prefiro vasculhar seu coração

Em palavras dais quais sou senhora

Nelas eu posso te desvendar

Ainda que sem os venenos de outrora.  

Fica aqui o delírio o calvário

Desta madrugada sem fim

Anseio pelo clarear e sua voz

Acalmar essa luta, essa pena

Destilo amor noutro poema.

Paloma de Faria
Enviado por Paloma de Faria em 16/12/2013
Reeditado em 16/12/2013
Código do texto: T4613635
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