MO-NO-TO-NI-A
Há dias que não dormia
Não faz nada, só reclama.
Quando acordava não sentia
Vontade de sair da cama
É mistura do passado com o presente
Porque independente do dia
É sempre igual
Lê a noticia de trinta anos atrás no jornal
Vê sua barriga crescendo
Vê seu cabelo caindo
Vê as primeiras rugas aparecendo
E mesmo assim insiste em não ver o tempo passar
Triste fim desse pacato cidadão de bem
Que não faz mal a ninguém,
Somente a ele mesmo
Um mal descomunal
Ele parou de procurar sentido nas coisas
Quando chegou a conclusão que nada faz sentido
Para ele não existe vida após a morte
Para ele não existe Deus
Para ele não há sentindo em ficar rico
Em ser pobre
Em pescar
Em curtir um lindo dia de sol na praia
Em ver a moça bonita passar
Em dizer um bom dia
Para ele tudo é MONOTONIA
Triste fim,
Porque pulou da ponte
E não deu sorte
Descobriu que existe sim
Vida após a morte