MO-NO-TO-NI-A

Há dias que não dormia

Não faz nada, só reclama.

Quando acordava não sentia

Vontade de sair da cama

É mistura do passado com o presente

Porque independente do dia

É sempre igual

Lê a noticia de trinta anos atrás no jornal

Vê sua barriga crescendo

Vê seu cabelo caindo

Vê as primeiras rugas aparecendo

E mesmo assim insiste em não ver o tempo passar

Triste fim desse pacato cidadão de bem

Que não faz mal a ninguém,

Somente a ele mesmo

Um mal descomunal

Ele parou de procurar sentido nas coisas

Quando chegou a conclusão que nada faz sentido

Para ele não existe vida após a morte

Para ele não existe Deus

Para ele não há sentindo em ficar rico

Em ser pobre

Em pescar

Em curtir um lindo dia de sol na praia

Em ver a moça bonita passar

Em dizer um bom dia

Para ele tudo é MONOTONIA

Triste fim,

Porque pulou da ponte

E não deu sorte

Descobriu que existe sim

Vida após a morte

Brenner Vasconcelos Alves
Enviado por Brenner Vasconcelos Alves em 13/12/2013
Reeditado em 13/12/2013
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