ETERNAMENTE ENCANTADO

Que triste é viver só

Nesse braço de terra

Que avança mar adentro.

Sentado só,

Bebo uma cachaça

Na esperança de que

Um ainda desconhecido amigo

Sente-se na cadeira ao lado

E desfie seu silêncio de uma via inteira.

Sentado só,

Aguardo um navio

Que haverá de chegar

De um país muito distante

E ainda não descoberto pelos homens de cá.

Sentado só,

Escuto sua voz nos sussurros do mar

E espero longamente que sua alma

Retorne nessa brisa muito fria

E me encontre ainda vivo,

Com forças para içar velas

E lançar-me no oceano sem fim.

Sentado, só,

Espero a volta de uma sereia que vi

E que seu último canto

Me encante para sempre.

Edson de Barros
Enviado por Edson de Barros em 10/12/2013
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