Humaníssimo

Roubaste o azul do céu
e cristalizaste em teu olho
Então quando me olhas...
é como um pedacinho do
céu
me olhasse....
e no afã onírico
pudesse eu estar com os anjos,
conversar com deuses,
descer do Olimpo
em rodinhas de rolimã.

A lei da gravidade e
a física quântica
não são mais poderosas
que meus sonhos,
que tem a arquitetura da ilusão,
que elabora o cálculo preciso
da máquina do tempo.

Novamente folheio esse
álbum furtado e
só guardado em minha
memória
os flashes de momentos.

Novamente tenho a perda
como herança,
O erro como destino
e a saudade como vocação.

Novamente envolta em
fragmentos ponteagudos
a perfurar a dura realidade.

A realidade de pedra
esculpida pela genética,
lapidada pela ciência
e esquematizada pela
teoria.

Civilizações inteiras
sucumbiram.
Sucumbem.
Desaparecem.

Mas o humano é eterno.
Porque fomos nós
que inventamos a perenidade.


O traço humano nas linhas
do pensamento
desenham em nossa alma
algo de atávico,
algo de inexorável,
algo de abstrato e
fugaz...

Humano e humaníssimo
A essência que nos
precede
e a mesma que
nos extingue.
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 07/12/2013
Reeditado em 07/12/2013
Código do texto: T4602425
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