Procurando Nemo
Tenho andado me sentindo
tão sozinho.
Não o sozinho no sentido literário,
gramatical,
mas aquele que vem da ausência
de alguém que planeje junto,
que programe,
mesmo que nem muito,
para que depois executemos.
A vida inteira procurando Nemo.
A outra metade
não tem que ser exatamente igual.
Pode ter mais semente,
se compararmos a uma fruta,
mas terá sempre o mesmo sabor.
O sentimento compartilhado
sempre terá seu efeito dobrado,
assim como o mel
produzido pela colmeia,
que trás o retrato da operária,
mas a patente é do fabricante
e não dela.
Tenho me sentido tão sozinho,
mas não é o sozinho de solidão
e sim de uma mão
que me ajude a erguer a obra,
em pleno sol,
no intuito de habitarmos a sombra
um dia.
Mas como é assombrosa essa sensação
de falta de companhia.