NOITE DE NOVEMBRO

Da janela fico a observar o movimento da chuva solitária,

Meus pensamentos são feixes de energia desarrumado.

As imagens aparecem velozes

Se confundem, se confundem,

Me perdem.

Paro para me ver inquieto,

Entre uma hora e outra,

Tomo alguns medicamentos para me conduzir.

Me perco.

Sou uma massa disforme

Metamorfoseante nos minutos,

Sem condição de regulagem.

Sou um ensaio de ser

Qualquer coisa além de uma inquietação.

Por horas me sinto vazio,

Vazio de existir,

De conceitos e pré conceitos,

Valores,

Ideias,

É isso!

Longe de casa tudo vai indo,

Até eu.

Para não antecipar a volta

É bom estar sempre indo,

Indo, indo, partindo,

Sumindo,

Fugindo,

Também de mim.

Paulo Henrique Oliveira, Brasília 17 de novembro de 2013.