Deserto sem fim
Algo perdeu o sentido,
algo se quebrou na viagem,
sou eu, é você, somos nós,
abrindo a caixa de nossas solidões,
é como um deserto sem fim,
você sabe tanto quanto eu,
ainda tento reunir meus pedaços,
do tempo que me parti em mil estilhaços,
esperando você voltar dia após dia,
chorando minha dor em lágrimas incessantes,
vendo meu mundo ruir sobre minha cabeça,
como uma grande onda destruindo castelos de areia...
Algo perdeu a direção,
algo vaga como uma fantasma pelas noites escuras,
sou eu, é você, somos nós,
entorpecidos por nossas depressões incuráveis,
é como um eterno delírio sem um acordar são,
você sente tanto quanto eu,
ainda busca suas razões,
da época em que distanciou-se de tudo e todos,
afastando-me como uma manta envelhecida,
diluindo-se em um infinito de mágoas,
deixando seu espaço tornar-se um cubo,
como uma prisão invisível por sua própria escolha...