Preciso saber se acabou...
Estou de pé em frente à janela,
a chuva cai entre as nuvens que escondem a lua,
encosto minha testa no vidro gelado,
fecho os olhos para silenciar meus gritos internos,
mas preciso saber se você continuará assim,
entrando em contato de tempos em tempos,
dizendo me sentir e importar-se com meus sentimentos,
como posso acreditar quando te mantens tão longe,
um iceberg imenso separa nossos corpos,
um campo de força cinzento interfere em nossos pensamentos,
não sei mais como assoviar nossa música que se perdeu,
não aguento mais viver essa dor me consumindo dia e noite,
por isso só preciso saber se acabou de verdade...
Pare de me chamar, de acender a luz do candeeiro,
quando a esperança já queimou no óleo de nossas mágoas...
Estou sentado no meio fio de uma estrada sem rumo,
lembro de quando era mais novo e achava o mundo simples,
mas agora tudo que tenho são encruzilhadas sem bússolas,
trechos de terra e pedra cortando meus calcanhares,
enquanto vago sem destino como um nômade de sentidos,
um errante chorando as lágrimas de uma solidão eterna,
olho para o céu e tento encontrar uma prece em minha angústia,
mas tudo é tão vago e disperso em minhas emoções conflituosas,
não há espaço para crer em mudanças de percurso,
tudo que há em mim são tornados de agonia e tristeza,
não quero mais estar assim relegado ao efêmero,
não suporto mais respirar esse ar de incerteza permanente,
por isso só quero que digas que acabou de verdade...
Pare de me escrever, de me dizer o quanto mexo com você,
quando não pretendes voltar e mantens cativo de um pesadelo...