“Ventos mansos”
Um olhar apurado
Cheio de sedução
Que exige do romance
Estilo, vida ambição.
Multiplico a me abrir
A uma reflexão.
Que exige do meu olhar
Minuciosa cena de descrição.
Me, atiro nas delícias,
De uma grande sedução.
Debruçada sobre histórias
Que seguram minhas mãos.
Distancio minha vida
Numa grande imensidão.
Ofereço vento manso.
Amargurada ilusão.
Como um trapo amontoado
Amarelado no silêncio
De uma grande solidão.
Cruzo os braços, adormecida.
Na poeira da vaidade
Brinco e choro ao luar
Tenho medo do escuro
Que se espalha ao redor.
Na sagrada primavera.
A pequena flor, hoje murcha.
Num sussurro desconfiado.
Sufocando os meus gritos.
Sobre as pontes e as torres
Paraliso os meus dias.
A fadiga em meu corpo
No bolor da velhice.
Neire Lu Couto
26/10/2013
http://neirelu.blogspot.com.br/