do meu eu cortante...
afasta-te de mim!
afasto-me de mim mesma todos os dias.
sou lâmina cortante.
e sou rápida no destro do corte...
e sou morte a querer ser vida.
e corto-te...
mas é tão sem querer...
e corto-me...
mas é tão por querer!
já que a vida minha...
é matar-me à mim mesma...
todos os dias!
há um Deus e um demônio que travam lutas cotidianas por mim.
e os dias meus... são gotas de sangue quando resolvo eu olhar para trás...
do meu eu cortante e só...
que vomito eu todos os dias.
eu me repugno!
e reverencio a minha solidão!
afasta-te de mim.
pois sonho eu com os sonhos...
mas eles nunca vêm.
karla mello
http://karlamelopoemas.blogspot.com