SOLIDÃO
Eu que saía leve esbanjando alegria,
trazia dos dias as partes sensíveis
e próprias para tecer a felicidade…
Um silêncio que ensurdece e mata,
passou a morar comigo; chegou
todo arruinado de paz e restos!
Qualquer noite escura me aflige à-toa.
Caminho cheio de padecimentos,
sigo vazio de contentamentos!
Solidão chegou, acomodou-se em mim:
amoldou-se tão bem que hoje vaga
livre se exibindo com a minha face!
A paz que eu tive escapou de há muito:
agora vive solta e tem nos olhos umas
salgas gotas de solidão e magoa!
Eu que saía leve esbanjando alegria,
agora sou eu que faço a tristeza
dessa trilha sem as borboletas…