Folhas ao vento
Lançada ao vento a folha voou,
A mercê da sorte da brisa,
Arrastada por esquinas,
Pisoteada na multidão.
Sem ser percebida a folha voava,
Rasgada, despedaçada, ainda flutuava,
E já sem cor pela rua era jogada,
A folha não parou até que pó tornou.
Assim a árvore em meio ao vento,
Mais folhas lançou,
Cada uma voava em uma direção,
Caídas pelo chão, na contramão.
As folhas me lembravam a vida,
A arvore o seio dos mistérios dos céus,
Onde os anjos habitam,
Onde não há noite nem dia.
Nascem, crescem e não sabem o amanhã,
E são lançadas, morrem, e viram pó,
Mas a árvore sempre terá folhas,
Novas vidas sempre nascem...
As velhas folhas são esquecidas,
Judiadas pela caminho
No fim, folhas são folhas
E vidas, o que são?