TEATRO DOS VAMPIROS.
Sentado
À noite na sala,
Calado,
Pensamentos rolam
Como folhas ao vento,
Há pó de sonhos
N’um canto do esquecimento.
A TV ligada,
Oh, apogeu d’um derrotado!
Meus dias são essas noites de sábado,
Sem desejo, vontade ou sentimento,
A força sucumbindo
Ao descontentamento.
Ah, melhor ser leigo a decepcionado.
Os objetos parados sobre a mesa,
Parecem observar-me,
Olham-me com frieza,
Tal uma plateia sórdida,
Aguardando minha queda,
Meu final.
E as horas passam,
Sem levar a tristeza embora...
Então levanto, saio, deito, suspiro e durmo.
Com a esperança,
Que as azas dos sonhos
Levar-me-ão a lugares melhores
Ares maiores...
Porém com a inevitável certeza
Que ao despertar dos sonhos,
Amanhã pela noite,
Encontrarei o mesmo pesadelo de ontem,
Olhar distante, pele pálida,
Embotadas de lágrimas e lembranças
Deste mesmo mal.