VENTO DE AGOSTO

O orvalho cai...
Toca-me o rosto,
Tem gosto de sal.

A dor não vai,
Causa-me desgosto,
Naufragada nau.

Chorar...?

Não, não choro mais,
O tempo posto,
Tornou rude o peitoral;

Sufoco meus ais,
Sou vento de agosto,
Que invade o litoral.

Vida que se esvai,
No caminho fosco,
Da solidão descomunal.