Peregrino
Desgastou escórias douradas...
Princípio de contos metafóricos
Mas que não proferem nada
Pois são apenas vocábulos
Que mesmo atrelados à liberdade poética
Ou de vidas divinamente éticas
Eles não dizem diametralmente nada
Nada.
Escorou nas muralhas de papel
Ele o poeta
Não tão aceito quanto um Nobel
Existencialista em ideias transcendentais
Profeta dos rascunhos capitais
Convinha-lhe à maestria da mentira
As liras em formas
Da sina
Chorou quando não rimou vida em suas linhas
Norteou as montanhas
Peregrinou e escalou sua biografia
Ele que falava de alma
Meio as ruinas
Amaçou o papel
Jogou sua caneta no estojo
E foi ler outro livro.