da minha grande mentira...

não digo nada...

apenas observo.

e calo o choro...

mas há muito o que chorar.

queria não sentir nada também...

mas o não querer sentir

já incomoda-me...

sufoca-me o pouco ar.

e neste vácuo entre o sentir

e o não querer sentir...

descubro o meu singelo amor por ti.

amor que tu nem o olhas...

nem hoje... nem nunca.

amor - florezinhas do campo...

e pisas tu em todas elas...

no teu caminhar insano...

para lá e para cá.

corpo esquálido...

alma - grande imperador...

de que reino... de que reino?

esta é a minha grande mentira...

que arranco, em vão, miudinha...

dos tantos caminhos de mim.

Karla Mello

09 de Outubro de 2013

Karla Mello
Enviado por Karla Mello em 09/10/2013
Reeditado em 09/10/2013
Código do texto: T4518154
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