A JANELA
Há uma janela;
Luz reflete
No vidro
da janela
Interrompe
A escuridão
Que abriga
Meu quarto,
Envolve
Minha cela
Cheia de terror;
Vejo da janela
Um brilho
De canela
E sinto o cheiro
Da manhã
Sem cor
Corto as cortinas
Em cortes
Indolor
Incapaz
De fechar
Minha paz
No novo
Encontro
Teu retrato
Perto desta
Abertura
(a única
Restada)
E então
Vê só:
O sol não
Levantou
E de fora
Da Janela
A luz
Brilha
Irradia
cega
a impressão
o rastro
a pegada
do traço
rasgado
deixado
por ti
que bem
assim
por dizer
poderia
tê-la
fechado,
vedado,
pregado,
sei lá,
e me poupado
cansado
sem vela
levantado
e fechado
trancado
eterna
janela.