A JANELA

Há uma janela;

Luz reflete

No vidro

da janela

Interrompe

A escuridão

Que abriga

Meu quarto,

Envolve

Minha cela

Cheia de terror;

Vejo da janela

Um brilho

De canela

E sinto o cheiro

Da manhã

Sem cor

Corto as cortinas

Em cortes

Indolor

Incapaz

De fechar

Minha paz

No novo

Encontro

Teu retrato

Perto desta

Abertura

(a única

Restada)

E então

Vê só:

O sol não

Levantou

E de fora

Da Janela

A luz

Brilha

Irradia

cega

a impressão

o rastro

a pegada

do traço

rasgado

deixado

por ti

que bem

assim

por dizer

poderia

tê-la

fechado,

vedado,

pregado,

sei lá,

e me poupado

cansado

sem vela

levantado

e fechado

trancado

eterna

janela.

Diego Duarte
Enviado por Diego Duarte em 01/10/2013
Código do texto: T4506408
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