ESPERANDO POR SUA CARTA
As portas do sobrado
não fazem nem questão.
E as bordas do seu brado:
'então casem sem perdão'!
Haviam asas no céu
e o chão era azul.
Eu poderia me jogar
para dentro da distorção do mar.
Um carimbo do seu próprio sangue
deixou a mensagem graciosa.
E os segundos se esticavam,
enquanto meu corpo se apertava.
Não haviam letras, nem símbolos
e o que era um leve consolo
no meio de cada rosto na imensidão
se tornou a minha própria escuridão.
Eu abri os olhos e voltei para baixo.
Não havia sinal de vida, nem o gancho
no pescoço que parecia uma carta,
de seus pensamentos, tão farta.
Talvez a verdade é que eu quisesse tanto,
que vesti minha mente como um manto.