inferno astral
Inferno astral
Ele sempre passa as noites sentado num balcão de bar
se sente só, absolutamente só
mas recusa todos os convites , e garotas
pede um scoth , brinca com o copo
não vê as pessoas ao redor
esta ali disperso, viajando pelo seu mundo
o barman o conhece pelo nome
pede outro scoth , brinca com o copo
apenas para ouvir o barulhos das pedras de gelo se chocarem
sente o sabor da bebida com calma
isso o faz lembrar outros sabores
sabores mais agradáveis e alegres
sabores já passados , que não voltarão
segura uma lagrima que tentou rolar
ouve o blues que toca ao fundo
sorve o restante da bebida e pede outro
olha displicentemente ao redor(apenas para fingir interesse)
volta o olhar pra madeira do balcão
conhece cada arranhão ali presente
sempre procura uma marca nova que nunca encontra
sempre procura um motivo, uma razão
sente a língua dormente, sabe que é hora de ir
não tem motivos pra ficar , tão pouco pra ir
tem os olhos vermelhos pela fumaça dos charutos
pede uma ultima dose já de pé
sorve em um único trago
segue a passos lentos e mãos nos bolsos
não tem pressa alguma
não tem pra onde ir, não tem porque ir
ainda procura os fatos
as promessas e as boas novas
o apartamento é apenas à algumas quadras
observa pessoas com vidas mal vividas
um certo desprezo no olhar
não das pessoas em sim, da vida como um todo
acende um cigarro
volta as mãos para os bolsos e segue
sem saber pra onde ir , mas segue
sabe que ninguém o espera
o mundo ao seu redor segue em alta velocidade
pessoas e carros vem e vão
passo por passo ele segue
sobe as escadas pulando pelos degraus
brinca com as chaves em frente a porta
la dentro a dor o aguarda.