inferno astral

Inferno astral

Ele sempre passa as noites sentado num balcão de bar

se sente só, absolutamente só

mas recusa todos os convites , e garotas

pede um scoth , brinca com o copo

não vê as pessoas ao redor

esta ali disperso, viajando pelo seu mundo

o barman o conhece pelo nome

pede outro scoth , brinca com o copo

apenas para ouvir o barulhos das pedras de gelo se chocarem

sente o sabor da bebida com calma

isso o faz lembrar outros sabores

sabores mais agradáveis e alegres

sabores já passados , que não voltarão

segura uma lagrima que tentou rolar

ouve o blues que toca ao fundo

sorve o restante da bebida e pede outro

olha displicentemente ao redor(apenas para fingir interesse)

volta o olhar pra madeira do balcão

conhece cada arranhão ali presente

sempre procura uma marca nova que nunca encontra

sempre procura um motivo, uma razão

sente a língua dormente, sabe que é hora de ir

não tem motivos pra ficar , tão pouco pra ir

tem os olhos vermelhos pela fumaça dos charutos

pede uma ultima dose já de pé

sorve em um único trago

segue a passos lentos e mãos nos bolsos

não tem pressa alguma

não tem pra onde ir, não tem porque ir

ainda procura os fatos

as promessas e as boas novas

o apartamento é apenas à algumas quadras

observa pessoas com vidas mal vividas

um certo desprezo no olhar

não das pessoas em sim, da vida como um todo

acende um cigarro

volta as mãos para os bolsos e segue

sem saber pra onde ir , mas segue

sabe que ninguém o espera

o mundo ao seu redor segue em alta velocidade

pessoas e carros vem e vão

passo por passo ele segue

sobe as escadas pulando pelos degraus

brinca com as chaves em frente a porta

la dentro a dor o aguarda.

Lord Norton Turambar
Enviado por Lord Norton Turambar em 16/09/2013
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