SOLIDÃO
Era eu quem me escondia atrás do muro
Quando você passava pela rua
Era eu quem rodeava a sua casa
Aquele vulto sob a luz da lua
Era eu o autor dos poemas anônimos
Que abarrotavam sua caixa postal
Era eu quem lhe enviava buquês de rosas
Aquele mísero fulano de tal
Era eu quem orava em sua igreja
Erguia as mãos ao céu pedindo em vão
Era eu quem sofria lá na cruz
Aquele penitente coração
Era eu quem torcia por você
No meio da enorme multidão
Era eu, sim, era eu, tolamente
Aquele que morreu de solidão
Enviado por Jimii em 09/09/2011