LUZES DA SOLIDÃO
Ainda revirando meu baú, encontrei:
LUZES DA SOLIDÃO
Sônia Rêgo
A noite chega, de mansinho.
As luzes vão se acendendo.
Pessoas se recolhendo em seus lares,
Outras se arrumando nos bares,
Academias, baladas e muito malho.
Algumas correndo para o trabalho.
Muitas em plena solidão,
nem acendem as luzes
e permanecem na escuridão.
O silêncio, que até incomoda,
parece aumentar o sofrimento
de alguém que vê a noite chegar,
sem ter ao seu lado um alento.
O medo de ver as luzes acesas...
Parecem contraditórios,
mas para quem está solitário
é melhor não ver, sofreguidão
na amplidão de seu quarto,
a terrível presença da solidão.
SP – 03/02/11