Caminhos de liberdade
Fui deixando o tempo passar,
Acostumada ao desamor que me trazias,
Quando entrava pela soleira da porta
E em todas as vezes em que saias.
Acostumei-me à dor.
Meu sorriso, antes tão bonito,
Desfigurou-se.
Meus passos, esquecidos da distância,
Morreram no limiar da casa,
Uma prisão sem grades,
Onde me enterrei.
Até que uma vertigem forte,
Me trouxe de novo à razão.
De repente, senti-me sufocar,
Quis me libertar dessa prisão.
Eram poucos, os passos da travessia,
Um lugar que eu não sabia,
Que existia até então.
Destino, não sei ao certo,
Meus passos sozinhos vão,
Meu corpo segue em silêncio,
Só ouvindo o coração.
E a voz que vem lá de dentro,
Fraquinha, quase um lamento,
Me avisa que não é tarde...
Há sempre um lugar no mundo,
Para um ente solitário,
Cujo sonho mais profundo
É o encontro com a liberdade.
E é pra lá que eu vou...