MOÇO ARREDIO

Bicho do mato, arredio,

fera, no peito, ferida.

Olhar sofrido, vazio,

na estrada, uma despedida.

Noites, em claro, a espera

de alguém que nunca mais virá.

Se foi junto com a primavera,

quisera saber onde está.

Sente a falta do calor

que tanto lhe aquecia.

Não vê chances de novo amor,

calada está sua poesia.

Tenho pena deste moço,

que de viver se esqueceu.

Se encontra no fundo do poço.

Não minto, este moço sou eu.

Téo Diniz
Enviado por Téo Diniz em 10/09/2013
Código do texto: T4475282
Classificação de conteúdo: seguro