Quando a tristeza bate
Às vezes ela chega de mansinho
Fingindo que não quer nada
Sem ao menos esperar ela entra
E o no meu coração se adentra.
Quando a tristeza me invade
Ergo os meus olhos para o céu
Sinto que meus olhos perderam o brilho
Já esqueço deles o lilás
Já sinto que é fulgaz.
O fundo dos meus olhos enchem-se de pranto
Meu coração de novo se desmonta
Onde andará a minha alegria?
Hoje ela não está aqui, foi para onde não me encontra.
Quero correr para longe
Alcançar o fim do infinito
Levar comigo o meu finito
E aos poucos voltar e me enxergar.
Eu sinto um vazio no peito
Sei que não há brilho nos meus olhos
Não há palavra doce na minha boca
Não existe fruto que me atrai
Só mergulho no fundo da poesia
Onde escrevo a melodia
Que um dia se fez na minha alma.
Ah alma triste..minha triste alma
Não se abata no cansaço da vida
Tente mais um pouco soerguer
Não se deixe assim abater.
Ah vida crua ...aos meus olhos nua
Que me traz tristes desalentos
Não me sufoque me dando alentos
Prefiro que em mim fique atenta
Jogue aos meus pés um lenço.
Ah minha vida sem amor
Triste vida insípida e incolor
Onde está o
gosto do seu beijo de amor?
Onde ficou o calor do seu abraço?
Do terno vapor que emana do seu corpo?
Por que me abandonaste ?
Por que a vida tirou de mim esses sabores?
Pois onde está o meu coração aí está a minha vida
Onde está a minha vida teria que estar o meu amor
Onde anda o meu amor teria que ter uma cor
Que eu a visse sem sentir amargor
Que eu a visse sem sentir os meus olhos tristes
Pois os meus olhos hoje se chamam TRISTES órbitas
Envoltas em brancas nuvens como algodão
Que se encharcam de lágrimas e solidão.
Autora: Margareth Rafael
A poetisa de alma branca ou
A poetisa de olhos tristes.