Flor de Asfalto

Noites de pesadelos,

Fantasmas da escuridão

Ruínas do desespero,

Vida sem amor.

Anjos que não sabem voar,

Ressacas de inverno afogando os pensamentos,

Devorando-me como animal faminto que precisa comer,

Desejos encarcerados explodindo no profundo.

Dias sem luz, dores de uma mãe que perdeu seu filho,

Uma criança perdida, um jovem sem pátria, adulto sem sonho,

Olhar de uma alma que geme, agoniza em rios de sangue,

No espelho reflexos de um desconhecido "eu".

Lá do lado de fora o sorriso da dor,

Olhar de enxurrada pedindo socorro,

Vivendo por fora, morrendo por dentro.

Como flor de asfalto tem sentenciado seu fim.

Um estranho sem história,

Forasteiro sem direção,

Um romântico apaixonado,

Que não sabe onde perdeu o coração.

Leonardo Guimarães Rosa
Enviado por Leonardo Guimarães Rosa em 01/09/2013
Código do texto: T4462535
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.