Flor de Asfalto
Noites de pesadelos,
Fantasmas da escuridão
Ruínas do desespero,
Vida sem amor.
Anjos que não sabem voar,
Ressacas de inverno afogando os pensamentos,
Devorando-me como animal faminto que precisa comer,
Desejos encarcerados explodindo no profundo.
Dias sem luz, dores de uma mãe que perdeu seu filho,
Uma criança perdida, um jovem sem pátria, adulto sem sonho,
Olhar de uma alma que geme, agoniza em rios de sangue,
No espelho reflexos de um desconhecido "eu".
Lá do lado de fora o sorriso da dor,
Olhar de enxurrada pedindo socorro,
Vivendo por fora, morrendo por dentro.
Como flor de asfalto tem sentenciado seu fim.
Um estranho sem história,
Forasteiro sem direção,
Um romântico apaixonado,
Que não sabe onde perdeu o coração.