Silêncio total

Sem palavras

Sem gemidos

Sem voz

Só ventos e as ondas do mar.

Indo e vindo.

Indo ao infinito.

Voltando ao finito.

Mil mensagens telepáticas

navegam...

Morreram a mentira, a falsidade e a ilusão.

Morreram a poesia, o lirismo e a paixão.

Todos os sentimentos do mundo

imediatos, diretos e instantâneos.

Transparentes.

Absolutamente visíveis e

Por vezes risíveis.

A solidão do ser...

Encravada no tempo,

No degrau da escada,

Na prateleira da estante...

Empilhada com outros sentimentos

Que por existirem mesclam-se

libidinosamente diante nossas vistas.

A morte da palavra é celebrada

Com um taça de rancor e inveja...

Licor de menta

A arder na memória

a prosa, a rima,

os contos e lendas inverossímeis

A glorificar as aparências e

a ornar essências de aparato

dispensável.

Tarde demais.

Morreram as palavras...

Dicionários incendiados em praça pública.

E o romance feneceu

Por excesso de verdade ou

Por falta de esperança.

Silêncio total.

Nem nossas almas ousam

pronunciar-se.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 28/08/2013
Reeditado em 28/08/2013
Código do texto: T4455819
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