Amargo Gosto
Às vezes, quando feliz estou, percebo quão triste sou
Por palavras mal ditas, em abraços malditos, há sorrisos efêmeros
Que se esvai como um passageiro, que vem e vai
Há um sujo desejo que me amarga, sem pedir licença
Ele vem me despir, me usa e me larga
Em qualquer esquina me despacha
Em qualquer praça, de noite ou de dia
Como um zé-ninguém que não sabe chorar, sabe só ladrar
Quiçá implorar, clamar, pedir para voltar
Não estou aqui, nem você, não sei se vou... se vim... se há... se ou
Não espere de mim mais do que lhe amar
Mesmo sabendo que nunca mais alegre há ficar, sem você estar.