PENSAMENTOS DE CHUVA
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Tenho vontade de pensar em voz alta,
Na varanda, a claridade está quase morta;
Hora em que há apenas distância,
Que impede que um som se ouça.
Tarde fria em que a chuva forte,
Escurece tudo e cai de repente;
Um crepúsculo tão desanimado,
Tão silencioso, frio e acabrunhado.
As trepadeiras com flores na janela,
Encolhem-se mudas como flores velhas,
Não há distância nesta neblina imensa;
Parece a cor do adeus e da ausência.
E esta água fria desta chuva quieta,
Cai nas folhas verdes como se chorassem a queda;
Gotas que caem das folhas silenciosas,
Chorando pela luz do sol nas suas rosas.
A chuva vai caindo em um bailado mudo,
E a noite surgindo preguiçosa, tomba;
As mãos escrevem naquele vidro antigo,
O nome guardado de um distante amigo.
Fui escrevendo na neblina inconstante,
E o meu verso foi apagado num instante,
Pois a chuva que descia das nuvens negras,
Chorava e lavava todas as minhas letras.