Cai a chuva anciã, irmã gêmea da solidão
Vem do alto onde vagam gotas desorientadas
Desabando sobre as luzes mortiças da cidade
Nuvens ruem, sem controle, liquefeitas e geladas
 
Uma chuva de prata de fagulhas pontiagudas
Pingos rotos,na pele tensa numa tarde escura
A rua é como vasilha rasa na tormenta abissal
A chuva que alaga,cobre a terra toda de ternura
 
A chuva transtorna o dia turvo, contudo encanta
Traz lembranças boas com seus cheiros de flores
Aflora aqueles sentimentos ocultos nos seres
Por onde se escondem do mundo e dos horrores

Contudo quando a chuva passa, a angústia me visita
Eu que dissimulo minha realidade, mas não minto
Nesta hora exígua, meus versos saem mais doídos
Porque dor é o sentimento, que realmente sinto!

 
Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 17/08/2013
Reeditado em 13/10/2021
Código do texto: T4438590
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