Mundo fechado
É matar ou morrer.
É tudo ou nada.
É o todo ou o fragmento.
É verdade ou ficção.
Mas, no fundo, é matar e morrer.
É o tudo recheado de nada,
e o nada preenchido de tudo.
É o todo fragmentado.
E a verdade que é ficção.
Ou seria a ficção da verdade?
Mas, tudo é tão apocalíptico.
Tudo exige a certeza absoluta.
A cristalina certeza científica.
Provada e comprovada nos laboratórios da vida.
Tudo é tão complexo e conectado.
Tudo é tão e tanto...
Que o infinito é efêmero.
Que a lágrima é desnecessária.
Que os sentimentos são apenas ensaios de pensamentos.
Que os atos são frágeis
e incapazes de evitar a mortalidade humana.
Nessa guerra diária e oculta.
Onde as sombras enfrentam
os espíritos sombrios.
E as palavras como aríetes
arremessam significados
aos ventos de forma impune.
Os rascunhos de alma habitam corpos
E simulam vida.
Procriada por imitação ou hipocrisia.
Onde ser, estar ou parecer é tudo tão confuso.
É disperso, convexo e sem nexo.
Como um dia, em que você abriu a porta
E fechou-me o mundo.