Mundo fechado

É matar ou morrer.

É tudo ou nada.

É o todo ou o fragmento.

É verdade ou ficção.

Mas, no fundo, é matar e morrer.

É o tudo recheado de nada,

e o nada preenchido de tudo.

É o todo fragmentado.

E a verdade que é ficção.

Ou seria a ficção da verdade?

Mas, tudo é tão apocalíptico.

Tudo exige a certeza absoluta.

A cristalina certeza científica.

Provada e comprovada nos laboratórios da vida.

Tudo é tão complexo e conectado.

Tudo é tão e tanto...

Que o infinito é efêmero.

Que a lágrima é desnecessária.

Que os sentimentos são apenas ensaios de pensamentos.

Que os atos são frágeis

e incapazes de evitar a mortalidade humana.

Nessa guerra diária e oculta.

Onde as sombras enfrentam

os espíritos sombrios.

E as palavras como aríetes

arremessam significados

aos ventos de forma impune.

Os rascunhos de alma habitam corpos

E simulam vida.

Procriada por imitação ou hipocrisia.

Onde ser, estar ou parecer é tudo tão confuso.

É disperso, convexo e sem nexo.

Como um dia, em que você abriu a porta

E fechou-me o mundo.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 16/08/2013
Código do texto: T4437257
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