SOLIDARIEDADE SEDENTÁRIA

Filho do orgulho, o egoísmo

É um viver solitário, ao relento;

Cavador do seu próprio abismo,

É um beijo árido, sem sentimento!

Amante de si mesmo,

Tem o olhar voltado para dentro;

Nada enxerga fora dos seus limites,

Fora dos litorais do seu continente!

O egoísmo é um entorpecente,

Um ópio para o espírito,

Compositor de guerras, chacinas...

Estorvo para a sociedade!

É uma flor negra, assassina...

Mensageira inodora da desigualdade,

Espada opressora da escravidão!

O egoísmo é um sentimento sombrio,

Uma chuva de granizo,

Um vento impetuoso;

É rejeição, é abandono...

É deserto, é vazio...

É uma escassez de luz no sorriso,

Um vestígio de calor humano!

O egoísmo é um outono impiedoso,

As árvores perdem as folhas,

As folhas perdem o verde,

O verde perde a esperança,

A esperança perde as forças!

O egoísmo é um carrasco que habita

No império da noite mortuária,

Um amor que não se exercita,

Uma solidariedade sedentária;

Vive entre as sombras da escuridão,

E morre no leito frio da amargura;

É uma ponte larga e segura

Para o vício da solidão!

Carlos Henrique Pereira Maia
Enviado por Carlos Henrique Pereira Maia em 08/08/2013
Código do texto: T4425257
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