Viagem dos solitários

Vão, qual peças sem palco,

beijos sem abraços,

palavras dispersas.

Não chegarão a lugar nenhum

e provarão de eterno jejum,

manjar qualquer terão.

E a estrada nada ensinará,

os pés conhecerão apenas o chão

e nem as pegadas vingarão.

Vão, qual astros sem céu,

aportadas tristes no cais deste papel

lamúrias e dores

ainda que os passos dados

não sejam tão pagadores

de qualquer promessa de solidão!