TARDE DE OUTONO


Hoje sou tarde triste de outono,
Meus olhos vivem momentos de dor,
Sensação de um rei que perdeu o trono,
De uma aquarela sem a cor.

Hoje sou as folhas secas do outono,
Levadas sem rumo pelo vento,
Sou o sinônimo do abandono,
A melancolia de um fado,
A invadir o sentimento.

Hoje sou o ar denso do outono,
Ar que causa um grande vazio,
Tento preenchê-lo, mas, não sei como,
Tudo está cinza e minha alma sente frio.

Hoje sou o retrato do outono,
A paisagem nostálgica dessa estação,
O pôr do sol tristonho,
Mistura-se com o aspecto da minha solidão.

Nessa tarde triste,
Solidão persiste...
E o que mais preciso nessa tarde
(quase noite), de outono,
É te encontrar,
E dizer que sou dependente do seu amor,
Como um cão depende do seu dono.

...Nessa tarde; sou o próprio outono.