SOLIDÃO
A noite cai
No meu quarto vejo uma cama vazia
Mas deitar para que?
Não tenho tuas mãos a me tocar
Tua boca brincando no meu corpo
A imaginação é forte, voa longe, criativa
Logo te crio no meu travesseiro
Te abraço, te beijo, sussuro... bobagens, besteiras...
Faz falta e essa loucura me consome
Vivo morrendo
Tudo é mais dificil sem alguém para dividir os dias
Principalmente as noites
Não sei o que esperar, de quem esperar
Não sei o que fazer, como agir e nem o que dizer
Instabilidade total
Além dos que já confio em quem mais posso confiar?
Para quem posso confessar meu erros, meus acertos
Minhas vontades e virtudes
Vejo palavras soltas em um pedaço de papel
Um guardanado de qualquer buteco vagabundo
Nada, apenas lembranças vazias
Eu não posso ficar aqui e ver meu mundo girar
Saio na rua então
No frio, sentado em uma sargeta escura e gelada
Que bom que tenho companhia
Em um quarto qualquer de uma pensão barata
Um muquifo com cheiro de cigarro, mofo e barata
Lençóis velhos, fetidos, rasgados
Pouco importa...
Tiro do bolso um embrulho de papel
Suficientes para quatro carreirinhas
Prometo que são as últimas