SOLIDÃO

A noite cai

No meu quarto vejo uma cama vazia

Mas deitar para que?

Não tenho tuas mãos a me tocar

Tua boca brincando no meu corpo

A imaginação é forte, voa longe, criativa

Logo te crio no meu travesseiro

Te abraço, te beijo, sussuro... bobagens, besteiras...

Faz falta e essa loucura me consome

Vivo morrendo

Tudo é mais dificil sem alguém para dividir os dias

Principalmente as noites

Não sei o que esperar, de quem esperar

Não sei o que fazer, como agir e nem o que dizer

Instabilidade total

Além dos que já confio em quem mais posso confiar?

Para quem posso confessar meu erros, meus acertos

Minhas vontades e virtudes

Vejo palavras soltas em um pedaço de papel

Um guardanado de qualquer buteco vagabundo

Nada, apenas lembranças vazias

Eu não posso ficar aqui e ver meu mundo girar

Saio na rua então

No frio, sentado em uma sargeta escura e gelada

Que bom que tenho companhia

Em um quarto qualquer de uma pensão barata

Um muquifo com cheiro de cigarro, mofo e barata

Lençóis velhos, fetidos, rasgados

Pouco importa...

Tiro do bolso um embrulho de papel

Suficientes para quatro carreirinhas

Prometo que são as últimas

Thiago Rocha Martins
Enviado por Thiago Rocha Martins em 24/07/2013
Reeditado em 05/11/2013
Código do texto: T4402571
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