ESCRAVIDÃO
Rasga esse amor de mim
tira-me dessa prisão
ascende a luz que enfim
não quero mais escuridão
jogo a fumaça pru ar
de onde eu a vi partir
de cima do primeiro andar
loucura que fez consumir.
dói de tanto lembrar
a porta travada aqui
fantasmas no ouvido a falar
eu finjo não tentar ouvir.
fecho os olhos em vão
vazio e com frio
inerte nesse porão
na flor da pele sem brio.
gritando calado
de um ser justiçado
pela grande quimera
da própria escravidão.